terça-feira, 27 de novembro de 2012

Coisas, pequenas coisas




Fazer das coisas fracas um poema.

Uma árvore está quieta,

murcha, desprezada.

Mas se o poeta a levanta pelos cabelos

e lhe sopra os dedos,

ela volta a empertigar-se, renovada.

E tu, que não sabias o segredo,

perdes a vaidade.

Fora de ti há o mundo

e nele há tudo

que em ti não cabe.


Homem, até o barro tem poesia!

Olha as coisas com humildade.


Fernando Namora

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