sábado, 30 de janeiro de 2010
Confiança
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
Miguel Torga
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Entre as palavras,
existem para cada falante as prediletas e as estranhas,
preferidas e evitadas, cotidianas -
que se usam mil vezes sem temer o desgaste -
e outras - solenes - que, por mais que as amemos,
só pronunciamos ou
escrevemos com cuidado e reflexão,
como objetos raros:
fazendo as escolhas que correspondem
a essa sua solenidade.
Entre elas está para mim a palavra:
Felicidade
Hermann Hesse
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Lacrimosa
Hoje chove muito, muito,
e chove tanto,
parece que estão lavando o mundo
Chuva bendita, chuva sagrada
Debruço na janela para ver a rua molhada
Alegro-me a ouvir a chuva caindo,
O ruído no telhado da varanda,
O silêncio dos pássaros na torre da igreja
A Lacrimosa de Mozart tocando baixinho,
Um cachorro vira-latas a correr atrás do mendigo,
As gotas da chuva rolando na cúpula da igreja,
A chuva cai levemente, com gosto de céu
lavando as folhas da romanzeira,
Contemplo as flores que bailam sob a chuva,
Soa o canto do coro, levado pelo vento ,
repetindo Amém.........Amém...
Nana Pereira
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Ausência
domingo, 24 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
OS DIREITOS DO AMOR:
Considerando ser o Amor
o maior de todos os agentes de Utilidade Pública,
PROCLAMA-SE O QUE SEGUE:
Artigo 1º
O amor pode apropriar-se de todo e qualquer coração,
com ou sem anuência do dono.
com ou sem anuência do dono.
Artigo 2º
Em presença de sentimentos inferiores, tais como a raiva,
o ódio e o ressentimento, ao Amor é permitido julgá-los e
extraditá-los sem direito a reconsideração da pena.
Artigo 3º
O Amor deve ser respeitado em todas as suas formas,
sejam elas dirigidas a pessoas, coisas, vegetais ou animais.
Artigo 4º
Ao Amor é sempre permitida a companhia do perdão,
pois que sem este Ele está falsificado.
Artigo 5º
O Amor tem o direito de ficar cego, surdo e mudo
quando em presença de maledicências
e pode apresentar-se como agente de paz
diante de desarmonias e atos prejudiciais
a todos os seres do Planeta.
Artigo 6º
O Amor tem licença plena para manifestar-se livremente,
independente de raça, credo ou religião.
Ele é incondicionalmente livre
para viver em seu habitat natural: o coração.
Artigo 7º
O Amor é bússola que aponta o caminho para a Felicidade
e assim deve ser indiscutivelmente reconhecido.
Artigo 8º
A todo aquele que banir o Amor do seu coração
será imputada a pena de solidão,
isolamento e sofrimento perpétuos.
Artigo 9º
O Amor nunca deverá ser responsabilizado por dores,
perdas ou danos e tem amplos poderes para neutralizar
todas as batalhas, sejam elas emocionais, familiares ou sociais.
Artigo 10
Ao Amor não se aplicam Leis Trabalhistas:
Ele pode exercer suas funções 24hrs por dia
durante TODOS os dias do ano.
Artigo 11
Quando o Amor entra em corações, deve ser bem recebido,
bem tratado, bem nutrido e absolutamente livre para agir
em prol de todos os envolvidos por Ele.
Artigo 12
Em nenhuma hipótese o Amor deverá ser álibi
para atitudes de más intenções, tais como usá-Lo
como desculpa para enganar, iludir ou controlar corações.
Também nunca poderá ser instrumento de brincadeira
com o sentimento do homem ou da mulher.
Artigo 13
Toda e qualquer tentativa de matar o Amor será tratada
pelo Universo como crime contra a vida do próprio mandante.
Artigo 14
O Amor é partidário da Lei de Causa e Efeito:
Ele pode partir em definitivo da Vida daqueles
que optam pelo sofrimento diante das adversidades,
e também daqueles que se deixam cair em abandono.
Artigo 15
Ao Amor nada deve ser acrescentado
e Dele também nada retirado,
posto ser o mais perfeito de todos os sentimentos
e manifestação absoluta de Deus.
Parágrafo Único:
Os Direitos do Amor sempre protegerão os legítimos
Direitos de Todos os Seres.
= REVOGUEM-SE TODAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO =
Silvia Schmidt
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
A música
Arrasta me por vezes como um mar, a música!
Rumo à minha estrela,
Sob o éter mais vasto ou um teto de bruma,
Eu levanto a vela;
Com o peito prá frente e os pulmões inchados
Como rija tela,
Escalo a crista das ondas logo amontoadas
Que a noite me vela;
Sinto vibrar em mim as inúmeras paixões
De uma nau sofrendo;
O vento, a tempestade e as suas convulsões
Sobre o abismo imenso
Embalam me. Outras vezes é a calma, esse espelho
Do meu desespero!
Charles Baudelaire
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