Estava um melro no meio da folhagem verde escura da nespereira.
Às vezes namora-a da ponta do telhado em trejeitos provocadores da cabeça e depois mergulha num voo picado e embrenha-se por entre os ramos, agitando-os, como se lhes fizesse cócegas.
Ali perto, um gato cinzento malhado, em pose de conquistador de rua, namora o melro que se oferece alegre à árvore. São dois namoros de caráter diferente.
Também assim é o bicho Homem. Não fiquei para ver o resultado de ambos os enleios. Há namoros de cinco minutos que valem para uma tarde inteira.
(Desconheço o autor)
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