domingo, 16 de novembro de 2008
Caixa de Estrelas
Era uma vez uma menina apaixonada.
Toda noite, quando ela ia dormir, via seu quarto se encher de estrelas.
Essas estrelas brilhavam tanto que muitas vezes não a deixavam dormir.
Era preciso levantar, guardar as estrelinhas numa caixinha e então tentar dormir novamente.
Toda noite o fato se repetia.
A menina foi guardando guardando as estrelinhas, até ter duas caixinhas cheinhas delas.
As estrelas eram tão lindas que ela teve uma idéia: mesmo quase não encontrando o menino por quem ela estava apaixonada, decidiu dar a ele uma caixinha de presente.
Ela tentou muitas vezes, mas ele andava sempre ocupado.
Uma hora não estava em casa, outra hora não queria recebê-la.
Até que um dia ela conseguiu dar o presente.
Ele abriu a caixinha e de lá saía uma luz muito forte, que chegou a incomodá-lo.
Ele agradeceu e se despediu, deixando a caixinha num canto.
Pra falar a verdade ele só não a jogou fora porque aquele não era o dia do lixeiro.
Mas, no dia seguinte, aquela cidade inteira ficou sem energia.
O menino estava desprevenido, não tinha velas nem lanterna.
Procurou bastante, em todo lado, e na pressa da procura, acabou abrindo a caixinha.
A caixinha iluminou a casa toda, fazendo com que, naquela noite escura, todos pudessem andar pela casa sem medo.
Na casa da menina, aconteceu a mesma coisa.
Naquela noite, aquelas eram as duas únicas casas da cidade onde não faltou luz.
Os vizinhos, curiosos, perguntaram à menina onde tinha conseguido aquelas estrelas radiantes e lindas, que podiam ser vistas por quem passava na rua, há muitos metros de distância.
Ela então explicou que era fruto de seus sonhos e que no começo a incomodavam, mas depois, foi guardando com carinho sabendo que um dia poderiam servir.
O menino também explicou que só não faltou luz em sua casa, porque, por sorte, não jogou o presente fora.
Daquele dia em diante, toda a cidade começou a guardar e presentear as pessoas amadas com estrelinhas.
Naquela cidade, ninguém nunca mais se preocupou com a falta de luz.
(Desconheço o autor)
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