
Era uma vez uma menina apaixonada.
Toda noite, quando ela ia dormir, via seu quarto se encher de estrelas.
Essas estrelas brilhavam tanto que muitas vezes não a deixavam dormir.
Era preciso levantar, guardar as estrelinhas numa caixinha e então tentar dormir novamente.
Toda noite o fato se repetia.
A menina foi guardando guardando as estrelinhas, até ter duas caixinhas cheinhas delas.
As estrelas eram tão lindas que ela teve uma idéia: mesmo quase não encontrando o menino por quem ela estava apaixonada, decidiu dar a ele uma caixinha de presente.
Ela tentou muitas vezes, mas ele andava sempre ocupado.
Uma hora não estava em casa, outra hora não queria recebê-la.
Até que um dia ela conseguiu dar o presente.
Ele abriu a caixinha e de lá saía uma luz muito forte, que chegou a incomodá-lo.
Ele agradeceu e se despediu, deixando a caixinha num canto.
Pra falar a verdade ele só não a jogou fora porque aquele não era o dia do lixeiro.
Mas, no dia seguinte, aquela cidade inteira ficou sem energia.
O menino estava desprevenido, não tinha velas nem lanterna.
Procurou bastante, em todo lado, e na pressa da procura, acabou abrindo a caixinha.
A caixinha iluminou a casa toda, fazendo com que, naquela noite escura, todos pudessem andar pela casa sem medo.
Na casa da menina, aconteceu a mesma coisa.
Naquela noite, aquelas eram as duas únicas casas da cidade onde não faltou luz.
Os vizinhos, curiosos, perguntaram à menina onde tinha conseguido aquelas estrelas radiantes e lindas, que podiam ser vistas por quem passava na rua, há muitos metros de distância.
Ela então explicou que era fruto de seus sonhos e que no começo a incomodavam, mas depois, foi guardando com carinho sabendo que um dia poderiam servir.
O menino também explicou que só não faltou luz em sua casa, porque, por sorte, não jogou o presente fora.
Daquele dia em diante, toda a cidade começou a guardar e presentear as pessoas amadas com estrelinhas.
Naquela cidade, ninguém nunca mais se preocupou com a falta de luz.
(Desconheço o autor)
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