quarta-feira, 19 de novembro de 2008
domingo, 16 de novembro de 2008
Caixa de Estrelas
Era uma vez uma menina apaixonada.
Toda noite, quando ela ia dormir, via seu quarto se encher de estrelas.
Essas estrelas brilhavam tanto que muitas vezes não a deixavam dormir.
Era preciso levantar, guardar as estrelinhas numa caixinha e então tentar dormir novamente.
Toda noite o fato se repetia.
A menina foi guardando guardando as estrelinhas, até ter duas caixinhas cheinhas delas.
As estrelas eram tão lindas que ela teve uma idéia: mesmo quase não encontrando o menino por quem ela estava apaixonada, decidiu dar a ele uma caixinha de presente.
Ela tentou muitas vezes, mas ele andava sempre ocupado.
Uma hora não estava em casa, outra hora não queria recebê-la.
Até que um dia ela conseguiu dar o presente.
Ele abriu a caixinha e de lá saía uma luz muito forte, que chegou a incomodá-lo.
Ele agradeceu e se despediu, deixando a caixinha num canto.
Pra falar a verdade ele só não a jogou fora porque aquele não era o dia do lixeiro.
Mas, no dia seguinte, aquela cidade inteira ficou sem energia.
O menino estava desprevenido, não tinha velas nem lanterna.
Procurou bastante, em todo lado, e na pressa da procura, acabou abrindo a caixinha.
A caixinha iluminou a casa toda, fazendo com que, naquela noite escura, todos pudessem andar pela casa sem medo.
Na casa da menina, aconteceu a mesma coisa.
Naquela noite, aquelas eram as duas únicas casas da cidade onde não faltou luz.
Os vizinhos, curiosos, perguntaram à menina onde tinha conseguido aquelas estrelas radiantes e lindas, que podiam ser vistas por quem passava na rua, há muitos metros de distância.
Ela então explicou que era fruto de seus sonhos e que no começo a incomodavam, mas depois, foi guardando com carinho sabendo que um dia poderiam servir.
O menino também explicou que só não faltou luz em sua casa, porque, por sorte, não jogou o presente fora.
Daquele dia em diante, toda a cidade começou a guardar e presentear as pessoas amadas com estrelinhas.
Naquela cidade, ninguém nunca mais se preocupou com a falta de luz.
(Desconheço o autor)
Fidelidade, é um luxo
Entre tudo o que há de mais luxuoso, o luxo dos luxos é sempre exclusivo.
Roupas, produtos, serviços...
Mas nem todos podem se dar a esse luxo, já que são caríssimos.
Há dois tipos de luxo: o material e o afetivo.
Por isso mesmo, a promiscuidade tem o nome de luxúria (popularização do que há de mais luxuoso).
Aproveitar a vida, nem sempre está ligado ao conceito de vivenciar múltiplas experiências.
Há os que prefiram vivenciar profundamente poucas experiências.
Esses, tidos como tolos, podem oferecer o que há de mais luxuoso: ser único.
A menina do vestido azul
Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Acontece que essa menina freqüentava as aulas da escolinha local no mais lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo. Assim raciocinou o mestre: "é uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez, com algum sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestidinho azul."
Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe não achou razoável que, com aquele traje tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas.
Ao fim de uma semana, disse o pai: "Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços?
Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando um jardim?"
E assim fez o humilde casal. Até que sua casa ficou muito mais bonita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências. Desse modo, todo o bairro melhorava a olhos vistos, quando por ali passou um político que, bem impressionado, disse: "é lamentável que gente tão esforçada não receba nenhuma ajuda do governo".
E dali saiu para ir falar com o prefeito, que o autorizou a organizar uma comissão para estudar que melhoramentos eram necessários ao bairro. Dessa primeira comissão surgiram muitas outras e hoje, por todo o país, elas ajudaram os bairros pobres a se reconstruírem.
E pensar que tudo começou com um vestido azul...
Não era intenção daquele simples professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse os bairros abandonados de todo o país.
Mas ele fez o que podia,
ele deu a sua parte,
ele fez o primeiro movimento,
do qual se desencadeou toda aquela transformação.
***É difícil reconstruir um bairro,***
***mas é possível dar um vestido azul.***
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