sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Quando vosso amigo expressa o pensamento,
não temais o "não" de vossa própria opinião,
nem prendais o "sim".
E quando ele se cala, que vosso coração
continue a ouvir o coração dele...
...Quando vos separais de vosso amigo,
não vos aflijais.
Pois o que amais nele
pode tornar-se mais claro na sua ausência,
como para o alpinista a montanha
aparece mais clara, vista da planície.
Khalil Gibran
Sê
Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
Pablo Neruda
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
Mario Quintana
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Dai-me a alegria
Do poema de cada dia.
E que ao longo do caminho
Às almas eu distribua
Minha porção de poesia.
Mario Quintana
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014
“Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.”
Martha Medeiros
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Relógio
Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. Abraço é confissão.
Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo.
Fabrício Carpinejar
Fevereiro
A ventania veio com delicadeza de névoa,
indistinta em como os anos haviam sido...
Mas ela tinha tanto amor em seus passos,
e tinha tantas flores na orla do seu vestido!
Só que o orvalho do jardim não resistira,
e caiu triste com ânimo de um moribundo.
A ventania derrubou o orvalho triste...
E ele era a pequena lágrima do mundo.
Clebson Moura Leal
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
Quando abro cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova...
Mario Quintana
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Num leque
Na gaze loura deste leque adeja
Não sei que aroma místico e encantado...
Doce morena! Abençoado seja
O doce aroma de teu leque amado
Quando o entreabres, a sorrir, na Igreja,
O templo inteiro fica embalsamado...
Até minh'alma carinhosa o beija,
Como a toalha de um altar sagrado.
E enquanto o aroma inebriante voa,
Unido aos hinos que, no coro, entoa
A voz de um órgão soluçando dores,
Só me parece que o choroso canto
Sobe da gaze de teu leque santo,
Cheio de luz e de perfume e flores!
Auta de Souza
Leques como sonhos
Leques abertos
de aromas e desejos puros e certos,
são o alento
a fresca hora,
aquela que se fomenta no meio da flora,
e se alastram com sagrado bom vento
aniquilando desertos,
e enaltecendo sonhos encobertos.
Francisco Leonardo
Leque
Tendo como por linguagem
Só este abanar ao céu
Vai-se o verso ainda miragem
Do recanto onde nasceu
Asa baixa mensageira
Este leque, se conduz
Ao mesmo por quem à beira
De ti algum espelho luz
Límpido (no qual desliza
Perseguido em cada grão
Um fim de invisível cinza
Única sem solução),
Para sempre ele apareça
Em tua mão que não cessa.
de Madame Mallarmé
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
(Sonetos e poemas, 1886.)
Alberto de Oliveira
sábado, 4 de janeiro de 2014
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
“Existem manhãs em que abrimos a janela, e temos a impressão de que o dia está nos esperando.”
Charles Baudelaire
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