terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Para caminhar sem medo
(Haicais)
Seja manhã ou de noite,
meu coração a cantar
segue a gemer e pulsar.
Harpas e bandolins
tocaram as estrelas
como se fossem sinos.
Para o céu ser luz
e música, dos sonhos
eu fiz muitas canções.
Com as lágrimas, escrevi
poemas e partituras...
E caminhei sem medo!
Theresa Catharina de Góes Campos
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
"vesti-me de estrelas
para que os meus olhos
fossem o espelho
de uma noite de dezembro..."
Nana Pereira
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A Surpresa
Não há
homem ou mulher que por acaso
não se tenha olhado ao espelho
e se surpreendido
consigo próprio.
Por uma fração de segundo
a gente se vê
como a um objeto
a ser olhado.
A isto
se chamaria talvez
de narcisismo,
mas eu chamaria de:
alegria de ser.
Alegria de encontrar
na figura exterior
os ecos
da figura interna:
ah, então é verdade
que eu não me imaginei,
eu existo.
Clarice Lispector/A Descoberta do Mundo.
Receita de Felicidade
Pegue uns pedacinhos de afeto e de ilusão;
Misture com um pouquinho de amizade;
Junte com carinho uma pontinha de paixão
E uma pitadinha de saudade.
Pegue o dom divino maternal de uma mulher
E um sorriso limpo de criança;
Junte a ingenuidade de um primeiro amor qualquer
Com o eterno brilho da esperança.
Peça emprestada a ternura de um casal
E a luz da estrada dos que amam pra valer;
Tenha sempre muito amor,
Que o amor nunca faz mal.
Pinte a vida com o arco-íris do prazer;
Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental
E um sonho sempre pode acontecer.
Toquinho
domingo, 26 de dezembro de 2010
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
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