terça-feira, 30 de março de 2010





















"Não toques nas leis do amor se não com as mãos trêmulas. "
(Serge Beucler)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sem ti























E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.

Eugenio de Andrade






















(...) Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela...

(Alberto Caeiro - heterônimo de Fernando Pessoa)




É a saudade que alegra, que magoa e enternece;
é a saudade que punge, é a saudade que é linda,
-doce folha de malva, que jamais fenece,
ou, quanto mais fenece, mais perfuma ainda...

( Vinícius Meyer )


















Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem...

Pablo Neruda

domingo, 28 de março de 2010

















Temos nosso pincel e nossas tintas:
pintemos o paraíso e entremos nele.
Nikos Kasantizakis



























Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.
Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
-tem que ter reflexo.

Pablo Neruda

A DANÇA
























Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda

terça-feira, 23 de março de 2010




























" A beleza agrada aos olhos,
mas é a doçura das ações
que encanta a alma. "
Voltaire



segunda-feira, 22 de março de 2010

Amor antigo...






























O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 17 de março de 2010















Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Cora Coralina

terça-feira, 16 de março de 2010

O sol e o vento



















O sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
O vento disse:

- Provarei que sou o mais forte.
Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço?
Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.

O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.

O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava,
mais a mulher segurava o lenço junto a si.

Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.

Logo após, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.

Imediatamente ela esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço.

O sol disse, então, ao vento:

- Lembre-se disso:

"A gentileza e a amizade são sempre mais fortes que a fúria e a força."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Porque os cães não vivem tanto quanto as pessoas...




















Sou veterinário, e fui chamado para examinar um cão da raça Wolfhound Irlandês, chamado Belker.
Os proprietários do animal, Ron, sua esposa Lisa, e seu garotinho Shane, eram todos muito ligados a Belker e esperavam por um milagre.
Examinei Belker e descobri que ele estava morrendo de câncer.Disse à família que não haveria milagres no caso de Belker, e me ofereci para proceder à eutanásia no velho cão, em sua casa.
Enquanto fazíamos os arranjos, Ron e Lisa me contaram que estavam pensando se não seria bom deixar que Shane, de quatro anos de idade, observasse o procedimento. Eles achavam que Shane poderia aprender algo da experiência.
No dia seguinte, senti o familiar “aperto na garganta” enquanto a família de Belker o rodeava.
Shane, o menino, parecia tão calmo acariciando o velho cão pela última vez, que imaginei se ele entendia o que estava se passando.
Dentro de poucos minutos, Belker foi-se, pacificamente. O garotinho parecia aceitar a transição de Belker sem dificuldade ou confusão.
Sentamo-nos juntos, logo após a morte de Belker, pensando alto sobre o triste fato das vidas dos animais serem mais curtas que as dos seres humanos.
Shane, que tinha estado escutando silenciosamente, disse: "Eu sei porque."
Abismados, voltamo-nos para ele. O que saiu de sua boca, me assombrou. Eu nunca ouvira uma explicação mais reconfortante.
Ele disse:
- "As pessoas nascem para que possam aprender a ter uma vida boa, amar todo mundo todo o tempo, e serem boas, certo?"
E o garoto de quatro anos concluiu:
- "Bem, cães já nascem sabendo como fazer isto, portanto, não precisam ficar aqui tanto tempo quanto os humanos."


( Desconheço o autor)

quarta-feira, 3 de março de 2010




















Estendi cordas de sino a sino;
guirlandas de janela à janela;
correntes de ouro de estrela à estrela,
e danço”.

Arthur Rimbaud